2024: iniciamos um novo capítulo!
Perdendo cascas
O Pequeno Príncipe e a 'linguagem' do coração
Entender o que diz o coração nem sempre é tão simples. Mas que tal um exercício leve para exercitar um tiquinho essa linguagem?
Ouvir as perguntas de uma criança nos transporta para um universo paralelo, e nem sempre as respostas que somos capazes de dar esclarecem por completo a dúvida do pequeno. A sensação que fica é "será que entendi bem a pergunta?"
Lembrei dessa sensação quando peguei o livro do Pequeno Príncipe pra reler, essa semana.
Já no começo, quando ele pede para o piloto desenhar um carneiro e o desenho não fica a contento, por três vezes o piloto tenta, mas não adianta. A solução então foi desenhar uma caixa e dizer ao Pequeno Príncipe que o carneiro estava ali dentro. E isso resolveu o problema.
Tirar a "forma" me parece ser uma coisa boa a fazer quando um desejo gera dúvidas. Pra não ficar muito abstrato, explico: depois de ler essa passagem do livro, fiquei com a sensação de que essa "forma" das coisas equivaleria a, no mundo dos adultos, se desprender da imagem e entender a necessidade emocional (ou sentimento) que há por trás de um desejo.
O Pequeno Príncipe quer apenas um carneiro. Gente grande quer outra coisa: casa bem decorada com flores no jardim, um carro conversível na garagem e um lindo parceiro que nos esteja esperando na sala.
Assim como o Pequeno Príncipe, podemos imaginar tudo isso. Mas é possível ir além. Além das formas e das imagens. Podemos preencher essa caixa também com os sentimentos daquilo que desejamos.
Não é bem o desejo de um carro, mas um carro que preencha a necessidade de [escreva aqui um sentimento] ; não é sobre a casa perfeita, mas sobre criar um espaço em que haja [preencha aqui um sentimento] ; não é sobre relacionar-se com alguém, mas sobre ter ao lado alguém que faça sentir [preencha aqui um sentimento] .
Não é bem o desejo de um Jeep*, mas um carro que preencha minha necessidade de segurança, satisfação e autonomia; não é sobre a casa perfeita, mas sobre criar um espaço onde haja o sentimento de acolhimento, bem-estar, pertença, e momentos felizes com amigos e familiares; não é sobre relacionar-se com alguém, mas sobre ter ao lado alguém que me faça sentir em reciprocidade o amor, o respeito e o cuidado mútuo.
É sobre criar afinidade com a linguagem do coração e preenchê-lo com o que, de fato, o alimenta. Mas essa simplicidade pode ser muito complexa de entender. Só mesmo as crianças sabem 'de cor' o que isso significa.
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Essa é apenas uma forma possível de entender a frase da raposa:
"Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos".
Mas me diz, qual é o seu entendimento sobre ela? Adoraria saber. Fique a vontade para deixar nos comentários!
Um abraço!